terça-feira, 18 de outubro de 2011

Scientists are irreverent

"Richard Hamming compared knowledge to compound interest: The more you know, the more you learn. Hence, progress tends to be exponential.
Some innovations increase our rate of progress slightly. The light bulb allows us to work late at night. Some accelerate progress tremendously. Science is one such innovation.
Alas, there isn’t a universally accepted definition of science. This does not stop us from doing science. Formal definitions are often less important than we think. For example, while most people could not formally define pornography, they can still produce and consume it. When people rent a porno they rarely discover that it is something else entirely. It looks like porno is a robust concept.
I am not convinced that science is so robust. Richard Feynman denounced cargo-cult science. Kevin Kelly reminds us that scientists often behave like politicians: inconvenient truths are buried whereas positive results are exaggerated.
There is clearly no widespread agreement on a formal definition of science. But it seems to me that the most important characteristic of science is that it puts truth ahead of social hierarchies: it does not matter how much anyone likes your theory nor who you are. It does not matter who your opponent is.  What matters are the facts themselves. Accordingly, all great scientists are irreverent starting with Galileo Galilei himself.
In this sense, science represented a remarkable weapon… not because it allowed us to understand thermodynamics or the atom, but because it allowed ideas to compete. Science is a free market of ideas. We saw recently that through a mix of government interventions and too-big-to-fail monopolies, financial markets can collapse and destroy wealth. A free market is a fragile ideal.
But we can measure freedom by looking at how irreverent the players are. How many times do scientist oppose the government and large corporations? How many times do scholars attack famous journals? That doctored results get published is not a concern, but you should be worried if you are thinking twice about denouncing them because the authors are famous.
How well are we doing? In Canada, the government is forbidding scientists from communicating their results. Obviously, some bureaucrats believe that freedom is unimportant in science.
Yet you don’t recognize scientists by their laboratory coats, research grants or prestigious publications. You recognize them by their irreverence. Perhaps we should train all new scientists in how to challenge authority."

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Occupy Wall Street é o movimento mais importante do mundo hoje

Occupy Wall Street é o movimento mais importante do mundo hoje

“Porque estão eles a protestar?”, perguntam-se os confusos comentadores da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “porque vocês demoraram tanto? A gente estava a querer saber quando é que vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”.
Foi uma honra, para mim, ter sido convidada a falar em Occupy Wall Street na 5ª-feira à noite. Dado que os amplificadores estão (infelizmente) proibidos, e o que eu disser terá de ser repetido por centenas de pessoas, para que outros possam ouvir (o chamado “microfone humano”), o que vou dizer na Praça Liberty Plaza terá de ser bem curto. Sabendo disso, distribuo aqui a versão completa, mais longa, sem cortes, da minha fala.
Occupy Wall Street é a coisa mais importante do mundo hoje.
Eu amo-vos.
E eu não digo isso só para que centenas de pessoas gritem de volta “eu também te amo”, apesar de que isso é, obviamente, um bónus do microfone humano. Diga aos outros o que você gostaria que eles lhe dissessem, só que bem mais alto.
Ontem, um dos oradores na manifestação dos trabalhadores disse: “Nós encontramo-nos uns aos outros”. Esse sentimento captura a beleza do que está a ser criado aqui. Um espaço aberto (e uma ideia tão grande que não pode ser contida por espaço nenhum) para que todas as pessoas que querem um mundo melhor se encontrem umas às outras. Sentimos muita gratidão.
Se há uma coisa que sei, é que o 1% adora uma crise. Quando as pessoas estão desesperadas e em pânico, e ninguém parece saber o que fazer: eis aí o momento ideal para nos empurrar goela abaixo a lista de políticas pró-corporações: privatizar a educação e a segurança social, cortar os serviços públicos, livrar-se dos últimos controles sobre o poder corporativo. Com a crise económica, isso está a acontecer em todo o mundo.
Só existe uma coisa que pode bloquear essa táctica e, felizmente, é algo bastante grande: os 99%. Esses 99% estão a tomar as ruas, de Madison a Madrid, para dizer: “Não. Nós não vamos pagar pela vossa crise”.
Este slogan começou na Itália em 2008. Ricocheteou para Grécia, França, Irlanda e finalmente chegou a esta milha quadrada onde a crise começou.
“Porque estão eles a protestar?”, perguntam-se os confusos comentadores da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “porque vocês demoraram tanto? A gente estava a querer saber quando é que vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”.
Muitos já estabeleceram paralelos entre Occupy Wall Street e os chamados protestos anti-globalização que conquistaram a atenção do mundo em Seattle, em 1999. Foi a última vez que um movimento descentralizado, global e juvenil fez mira directa ao poder das corporações. Tenho orgulho de ter feito parte do que chamámos “o movimento dos movimentos”.
Mas também há diferenças importantes. Por exemplo, nós escolhemos as cimeiras como alvos: a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional, o G-8. As cimeiras são transitórias por natureza, só duram uma semana. Isso fazia com que nós fôssemos transitórios também. Aparecíamos, éramos manchete em todo o mundo, depois desaparecíamos. E na histeria hiper-patriótica e nacionalista que se seguiu aos ataques de 11 de setembro, foi fácil varrer-nos completamente, pelo menos na América do Norte.
O Occupy Wall Street, por outro lado, escolheu um alvo fixo. E vocês não estabeleceram nenhuma data final para a sua presença aqui. Isso é sábio. Só quando permanecemos podemos assentar raízes. Isso é fundamental. É um facto da era da informação que muitos movimentos surgem como lindas flores e morrem rapidamente. E isso ocorre porque eles não têm raízes. Não têm planos de longo prazo para se sustentar. Quando vem a tempestade, eles são alagados.
Ser horizontal e democrático é maravilhoso. Mas esses princípios são compatíveis com o trabalho duro de construir e instituições que sejam suficientemente sólidas para aguentar as tempestades que virão. Tenho muita fé que isso acontecerá.
Há outra coisa que este movimento está a fazer certo. Vocês comprometeram-se com a não-violência. Vocês recusaram-se a entregar aos média as imagens de montras partidas e brigas de rua que eles, os média, tão desesperadamente desejam. E essa tremenda disciplina significou, uma e outra vez, que a história foi a brutalidade desgraçada e gratuita da polícia, da qual vimos mais exemplos na noite passada. Enquanto isso, o apoio a este movimento só cresce. Mais sabedoria.
Mas a grande diferença que uma década faz é que, em 1999, encarávamos o capitalismo no cume de um boom económico alucinado. O desemprego era baixo, as acções subiam. Os média estavam bêbados com o dinheiro fácil. Naquela época, tudo era empreendimento, não encerramento.
Nós apontávamos que a desregulamentação por trás da loucura cobraria um preço. Que ela danificava os padrões laborais. Que ela danificava os padrões ambientais. Que as corporações eram mais fortes que os governos e que isso danificava as nossas democracias. Mas, para ser honesta com vocês, enquanto os bons tempos estavam a rolar, a luta contra um sistema económico baseado na ganância era algo difícil de se vender, pelo menos nos países ricos.
Dez anos depois, parece que já não há países ricos. Só há um bando de gente rica. Gente que ficou rica saqueando a riqueza pública e esgotando os recursos naturais ao redor do mundo.
A questão é que hoje todos são capazes de ver que o sistema é profundamente injusto e está cada vez mais fora de controle. A cobiça sem limites detona a economia global. E está a detonar o mundo natural também. Estamos a sobre-pescar nos nossos oceanos, a poluir as nossas águas com fracturas hidráulicas e perfuração profunda, adoptando as formas mais sujas de energia do planeta, como as areias betuminosas de Alberta. A atmosfera não dá conta de absorver a quantidade de carbono que lançamos nela, o que cria um aquecimento perigoso. A nova normalidade são os desastres em série: económicos e ecológicos.
Estes são os factos da realidade. Eles são tão nítidos, tão óbvios, que é muito mais fácil conectar-se com o público agora do que era em 1999, e daí construir o movimento rapidamente.
Sabemos, ou pelo menos pressentimos, que o mundo está de cabeça para baixo: nós comportamo-nos como se o finito – os combustíveis fósseis e o espaço atmosférico que absorve as suas emissões – não tivesse fim. E comportamo-nos como se existissem limites inamovíveis e estritos para o que é, na realidade, abundante – os recursos financeiros para construir o tipo de sociedade de que precisamos.
A tarefa do nosso tempo é dar a volta nesse parafuso: apresentar o desafio à falsa tese da escassez. Insistir que temos como construir uma sociedade decente, inclusiva – e ao mesmo tempo respeitar os limites do que a Terra consegue aguentar.
A mudança climática significa que temos um prazo para fazer isso. Desta vez o nosso movimento não pode distrair-se, dividir-se, queimar-se ou ser levado pelos acontecimentos. Desta vez temos que dar certo. E não estou a falar de regular os bancos e taxar os ricos, embora isso seja importante.
Estou a falar de mudar os valores que governam a nossa sociedade. Essa mudança é difícil de encaixar numa única reivindicação digerível para os média, e é difícil descobrir como realizá-la. Mas ela não é menos urgente por ser difícil.
É isso o que vejo a acontecer nesta praça. Na forma em que vocês se alimentam uns aos outros, se aquecem uns aos outros, compartilham informação livremente e fornecem assistência médica, aulas de meditação e treino na militância. O meu cartaz favorito aqui é o que diz “eu importo-me contigo”. Numa cultura que treina as pessoas para que evitem o olhar das outras, para dizer “deixe que morram”, esse cartaz é uma afirmação profundamente radical.
Algumas ideias finais. Nesta grande luta, eis aqui algumas coisas que não importam:
As nossas roupas.
Se apertamos as mãos ou fazemos sinais de paz.
Se podemos encaixar os nossos sonhos de um mundo melhor numa manchete dos média.
E eis aqui algumas coisas que, sim, importam:
A nossa coragem.
A nossa bússola moral.
Como nos tratamos uns aos outros.
Estamos a encarar uma luta contra as forças económicas e políticas mais poderosas do planeta. Isso é assustador. E na medida em que este movimento crescer, de força em força, ficará mais assustador. Estejam sempre conscientes de que haverá a tentação de adoptar alvos menores – como, digamos, a pessoa sentada ao vosso lado nesta reunião. Afinal de contas, essa será uma batalha mais fácil de ser vencida.
Não cedam a essa tentação. Não estou a dizer que vocês não devam apontar quando o outro fizer algo errado. Mas, desta vez, vamos tratar-nos uns aos outros como pessoas que planeiam trabalhar lado a lado durante muitos anos. Porque a tarefa que se apresenta para nós exige nada menos que isso.
Tratemos este momento lindo como a coisa mais importante do mundo. Porque ela é. De verdade, ela é. Mesmo.
Discurso originalmente publicado no The Nation, tradução para português do Brasil, de Idelber Alvelar, da Revista Fórum, disponível também em Carta Maior, revisto para português de Portugal por Carlos Santos.

Fonte: esquerda.net 

15 de Outubro 2011 E o Seu Fracasso

15 de Outubro 2011 – A Democracia sai à rua!

PROTESTO APARTIDÁRIO, LAICO E PACÍFICO


− Pela Democracia participativa.
− Pela transparência nas decisões políticas.
− Pelo fim da precariedade de vida.


Somos “gerações à rasca”, pessoas que trabalham, precárias, desempregadas ou em vias de despedimento, estudantes, migrantes e reformadas, insatisfeitas com as nossas condições de vida.
Hoje vimos para a rua, na Europa e no Mundo, de forma não violenta, expressar a nossa indignação e protesto face ao actual modelo de governação política, económica e social. Um modelo que não nos serve, que nos oprime e não nos representa.


A actual governação assenta numa falsa democracia em que as decisões estão restritas às salas fechadas dos parlamentos, gabinetes ministeriais e instâncias internacionais. Um sistema sem qualquer tipo de controlo cidadão, refém de um modelo económico-financeiro, sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global. Democracia não é isto!


Queremos uma Democracia participativa, onde as pessoas possam intervir activa e efectivamente nas decisões. Uma Democracia em que o exercício dos cargos públicos seja baseado na integridade e defesa do interesse e bem-estar comuns.


Queremos uma Democracia onde os mais ricos não sejam protegidos por regimes de excepção.
Queremos um sistema fiscal progressivo e transparente, onde a riqueza seja justamente distribuída e a segurança social não seja descapitalizada; onde todas as pessoas contribuam de forma justa e imparcial e os direitos e deveres dos cidadãos estejam assegurados.


Queremos uma Democracia onde quem comete abuso de poder e crimes económicos e financeiros seja efectivamente responsabilizado por um sistema judicial independente, menos burocrático e sem dualidade de critérios. Uma Democracia onde políticas estruturantes não sejam adoptadas sem esclarecimento e participação activa das pessoas. Não tomamos a crise como inevitável. Exigimos saber de que forma chegámos a esta recessão, a quem devemos o quê e sob que condições.


As pessoas não são descartáveis, nem podem estar dependentes da especulação de mercados bolsistas e de interesses financeiros que as reduzem à condição de mercadorias. O princípio constitucional conquistado a 25 de Abril de 1974 e consagrado em todo o mundo democrático de
que a economia se deve subordinar aos interesses gerais da sociedade é totalmente pervertido pela imposição de medidas, como as do programa da troika, que conduzem à perda de direitos laborais, ao desmantelamento da saúde, do ensino público e da cultura com argumentos economicistas.


Os recursos naturais como a água, bem como os sectores estratégicos, são bens públicos não privatizáveis. Uma Democracia abandona o seu futuro quando o trabalho, educação, saúde, habitação, cultura e bem-estar são tidos apenas como regalias de alguns ou privatizados sem que daí advenha qualquer benefício para as pessoas.


A qualidade de uma Democracia mede-se pela forma como trata as pessoas que a integram.
Isto não tem que ser assim! Em Portugal e no mundo, dia 15 de Outubro dizemos basta!


A Democracia sai à rua. E nós saímos com ela. 

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Daniel Swift: Pois bem, não irá resultar.  Mesmo que um movimento a nivel mundial. irá falhar. Porque a esquerda não tem políticas com alternativas viáveis a este modelo neo-liberalista que não nos levará a lado nenhum. Porque as manifestações pacificas são o que eles querem, porque não há quem possa liderar. Talvez seja altura de reclamar a independência da república, criar um real partido e pegar nas armas. Mas quem o fará? Haverá quem o possa fazer? Não. 

Zizek: o casamento entre democracia e capitalismo acabou

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O filósofo e escritor esloveno Slavoj Zizek visitou a acampamento do movimento Ocupar Wall Street, no parque Zuccotti, em Nova York e falou aos manifestantes. “Estamos testemunhando como o sistema está se autodestruindo. "Quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou". Leia a íntegra do pronunciamento de Zizek.

Durante o crash financeiro de 2008, foi destruída mais propriedade privada, ganha com dificuldades, do que se todos nós aqui estivéssemos a destruí-la dia e noite durante semanas. Dizem que somos sonhadores, mas os verdadeiros sonhadores são aqueles que pensam que as coisas podem continuar indefinidamente da mesma forma.


Não somos sonhadores. Somos o despertar de um sonho que está se transformando num pesadelo. Não estamos destruindo coisa alguma. Estamos apenas testemunhando como o sistema está se autodestruindo.


Todos conhecemos a cena clássica do desenho animado: o coiote chega à beira do precipício, e continua a andar, ignorando o fato de que não há nada por baixo dele. Somente quando olha para baixo e toma consciência de que não há nada, cai. É isto que estamos fazendo aqui.


Estamos a dizer aos rapazes de Wall Street: “hey, olhem para baixo!”


Em abril de 2011, o governo chinês proibiu, na TV, nos filmes e em romances, todas as histórias que falassem em realidade alternativa ou viagens no tempo. É um bom sinal para a China. Significa que as pessoas ainda sonham com alternativas, e por isso é preciso proibir este sonho. Aqui, não pensamos em proibições. Porque o sistema dominante tem oprimido até a nossa capacidade de sonhar.


Vejam os filmes a que assistimos o tempo todo. É fácil imaginar o fim do mundo, um asteróide destruir toda a vida e assim por diante. Mas não se pode imaginar o fim do capitalismo. O que estamos, então, a fazer aqui?


Deixem-me contar uma piada maravilhosa dos velhos tempos comunistas. Um fulano da Alemanha Oriental foi mandado para trabalhar na Sibéria. Ele sabia que o seu correio seria lido pelos censores, por isso disse aos amigos: “Vamos estabelecer um código. Se receberem uma carta minha escrita em tinta azul, será verdade o que estiver escrito; se estiver escrita em tinta vermelha, será falso”. Passado um mês, os amigos recebem uma primeira carta toda escrita em tinta azul. Dizia: “Tudo é maravilhoso aqui, as lojas estão cheias de boa comida, os cinemas exibem bons filmes do ocidente, os apartamentos são grandes e luxuosos, a única coisa que não se consegue comprar é tinta vermelha.”


É assim que vivemos – temos todas as liberdades que queremos, mas falta-nos a tinta vermelha, a linguagem para articular a nossa ausência de liberdade. A forma como nos ensinam a falar sobre a guerra, a liberdade, o terrorismo e assim por diante, falsifica a liberdade. E é isso que estamos a fazer aqui: dando tinta vermelha a todos nós.


Existe um perigo. Não nos apaixonemos por nós mesmos. É bom estar aqui, mas lembrem-se, os carnavais são baratos. O que importa é o dia seguinte, quando voltamos à vida normal. Haverá então novas oportunidades? Não quero que se lembrem destes dias assim: “Meu deus, como éramos jovens e foi lindo”.


Lembrem-se que a nossa mensagem principal é: temos de pensar em alternativas. A regra quebrou-se. Não vivemos no melhor mundo possível, mas há um longo caminho pela frente – estamos confrontados com questões realmente difíceis. Sabemos o que não queremos. Mas o que queremos? Que organização social pode substituir o capitalismo? Que tipo de novos líderes queremos?


Lembrem-se, o problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema. Tenham cuidado, não só com os inimigos, mas também com os falsos amigos que já estão trabalhando para diluir este processo, do mesmo modo que quando se toma café sem cafeína, cerveja sem álcool, sorvete sem gordura.


Vão tentar transformar isso num protesto moral sem coração, um processo descafeinado. Mas o motivo de estarmos aqui é que já estamos fartos de um mundo onde se reciclam latas de coca-cola ou se toma um cappuccino italiano no Starbucks, para depois dar 1% às crianças que passam fome e fazer-nos sentir bem com isso. Depois de fazer outsourcing ao trabalho e à tortura, depois de as agências matrimoniais fazerem outsourcing da nossa vida amorosa, permitimos que até o nosso envolvimento político seja alvo de outsourcing. Queremos ele de volta.


Não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que entrou em colapso em 1990. Lembrem-se que hoje os comunistas são os capitalistas mais eficientes e implacáveis. Na China de hoje, temos um capitalismo que é ainda mais dinâmico do que o vosso capitalismo americano. Mas ele não precisa de democracia. O que significa que, quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou.


A mudança é possível. O que é que consideramos possível hoje? Basta seguir os meios de comunicação. Por um lado, na tecnologia e na sexualidade tudo parece ser possível. É possível viajar para a lua, tornar-se imortal através da biogenética. Pode-se ter sexo com animais ou qualquer outra coisa. Mas olhem para os terrenos da sociedade e da economia. Nestes, quase tudo é considerado impossível. Querem aumentar um pouco os impostos aos ricos? Eles dizem que é impossível. Perdemos competitividade. Querem mais dinheiro para a saúde? Eles dizem que é impossível, isso significaria um Estado totalitário. Algo tem de estar errado num mundo onde vos prometem ser imortais, mas em que não se pode gastar um pouco mais com cuidados de saúde.


Talvez devêssemos definir as nossas prioridades nesta questão. Não queremos um padrão de vida mais alto – queremos um melhor padrão de vida. O único sentido em que somos comunistas é que nos preocupamos com os bens comuns. Os bens comuns da natureza, os bens comuns do que é privatizado pela propriedade intelectual, os bens comuns da biogenética. Por isto e só por isto devemos lutar.


O comunismo falhou totalmente, mas o problema dos bens comuns permanece. Eles dizem-nos que não somos americanos, mas temos de lembrar uma coisa aos fundamentalistas conservadores, que afirmam que eles é que são realmente americanos. O que é o cristianismo? É o Espírito Santo. O que é o Espírito Santo? É uma comunidade igualitária de crentes que estão ligados pelo amor um pelo outro, e que só têm a sua própria liberdade e responsabilidade para este amor. Neste sentido, o Espírito Santo está aqui, agora, e lá em Wall Street estão os pagãos que adoram ídolos blasfemos.


Por isso, do que precisamos é de paciência. A única coisa que eu temo é que algum dia vamos todos voltar para casa, e vamos voltar a encontrar-nos uma vez por ano, para beber cerveja e recordar nostalgicamente como foi bom o tempo que passámos aqui. Prometam que não vai ser assim. Sabem que muitas vezes as pessoas desejam uma coisa, mas realmente não a querem. Não tenham medo de realmente querer o que desejam. Muito obrigado


Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net""
Fonte: www.cartamaior.com.br 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sobre o tratamento dos animais

"Somos todos prisioneiros da nossa cultura e às vezes é-nos difícil aceitar certas coisas, que no entanto são perfeitamente normais para os outros. Outras vezes não. Por exemplo: a esmagadora maioria das pessoas acha mais civilizada uma sociedade em que a maioria não mete as minorias no forno, do que uma sociedade em que a maioria mete os vizinhos em campos de concentração por serem gay, ou deficientes, ou por o nome deles acabar em "berg". Por isso, os neo-nazis do New Apostolic Reformation são quase unanimemente desprezados na Europa e nos EUA, e eu não me admirava se um dia fossem proibidos na Europa.

Mas noutros assuntos as coisas são mais difíceis. Aqui os pró-vidas metem-se à porta das clínicas a insultar e a aterrorizar quem lá vai comprar a pílula. E depois vão dançar à porta da prisão, em Huntsville, cada vez que o Rick Perry manda matar mais um desgraçado. Do outro lado da rua, os "liberais" manifestam-se contra a pena de morte e votam pela manutenção do direito ao aborto. E ambos têm razões morais fortíssimas para defender estas posições, opostas, muitas vezes dentro da mesma família. Há anos uma mulher (horrível, na minha opinião) perguntava-me: "Como é que tu podes ter pena de um criminoso que matou uma pessoa e não ter pena de um pobre feto, que não fez mal a ninguém?"

Parece-me estas coisas só se resolvem quando há massa crítica. Como no caso das lutas de cães. Outras não se resolvem. Aqui no Texas todas as famílias têm gatos e arrancam-lhes as unhas, castram-nos e fecham-nos em casa sozinhos o dia inteiro, a verem pássaros pela janela, impotentes, desgraçados, eunucos. Ou fazem coisas inacreditáveis aos cães e prolongam-lhes a vida com quimioterapia e deixam-nos arrastarem-se pela casa, cheios de dores, incontinentes, meses ou anos a fio.

Não sei se a maioria das pessoas faz ideia das condições em que a carne de vaca é criada, pelo menos aqui no Texas: os novilhos enterrados em esterco a vida inteira, sem se poderem mexer, e abatidos aos molhos, em matadouros horríveis, aterrorizados com o cheio do sangue dos que foram primeiro, horas a fio, num sofrimento muito mais violento do que o dos toiros de morte.

Claro que as corridas de toiros são um espetáculo medieval e cruel. Mas e os bairros de lata?"

Fonte: http://esquerda-republicana.blogspot.com/
Autor: Filipe Castro  

My good man, Alessio

He's probably just saying it to his own profit. But let it be said, he's probably right (yes I'm a socialist).

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Reading and Elections




"Suppose there are no returns,
and the candidates, one
by one, drop off in the polls,
as the voters turn away,
each to his inner persuasion.

The front-runners, the dark horses,
begin to look elsewhere,
and even the President admits
he has nothing new to say;
it is best to be silent now.

No more conventions, no donors,
no more hats in the ring;
no ghost-written speeches,
no promises we always knew
were never meant to be kept.

And something like the truth,
or what we knew by that name –
that for which no corporate
sponsor was ever offered –
takes hold of the public mind.

Each subdued and thoughtful
citizen closes his door, turns
off the news. He opens a book,
speaks quietly to his children,
begins to live once more."

Poem by John Haines 
Photo by  Luís Fabres

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dreams, Business and Politics


"Democracy, the Fat One cried -
It’s ours, you lot haven’t a clue !
We’re big, we’re the best, your way is all lies,
For only OUR vision is true.
Democracy! The Fat One yelled,
We’ve worked at it everso hard !
We’re gonna make sure our democracy stays,
And we’ll start by controlling our back yard.
First we’ll begin by stealing all your gold
 
So OUR lifestyle stays pleasantly high;
Then we’ll manipulate, cheat, to maintain firm hold
Until your hope eventually dies." 



Léo Ferré


Não sei sobre o que nos fala esta canção. Ou não saberia caso não tivesse visto a tradução. Não falo françês nem faço intençoes de apreender. Sei que gostava desta canção bem antes de ter perguntado por uma tradução. Não sabia o que cantava, mas parecia fazê-lo muito apaixonadamente. No seu rosto, na sua voz transparecia uma melancolia que entrada discreta nos mues ouvidos e ainda não acabara a música já me sentia mergulhado numa amargura que parecia tirar a cor á minha volta. As boas músicas são assim, transparentes ainda que em línguas incompreensíveis.

De resto fica a nota para este grande artista que Léo Ferré foi, na política um anarquista. Poeta, músico e anarquista, poderiamos encontrar francês mais digno?


quarta-feira, 14 de setembro de 2011



That smile, I dreamed a song about it, can't remember the words.
Let me drop that cup of honey on you. To find the one drop of water faling on your neck that makes you body shiver. And while you move, I take the chance to dance with you. Now it's the passion that drives us.  Show me those beautiful eyes of yours, open that gentle heart to me. 


Echoes

One of those songs that doesn't need comments.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

E no regresso, nada mudou..

Após uma semana de ausência custa-me voltar e ver que nada mudou. Numa passagem por sites e blogues nos meus favoritos descubro que tudo se mantém mais ao menos o mesmo. Pergunto-me se algo mudaria num ano? Bem, a bancarrota talvez venha, mas excepto isso. Uma semana fora e ao voltar leio, Von Trier continua a ser perseguido por essa polícia do anti-semitismo, apenas porque referiu que todos temos um nazi dentro de nós. Estes ódios irracionais não levam a nenhum lado excepto os bolsos cheios destes cães de escândalos, destes ditos cruzados da moral.
Para aprofundar este tema, aconselho a visualização deste vídeo.
Continuando pelas notícias, e sem querer referir economia, finanças ou esse pedinte desesperado em que Muammar al-Gaddafse tornou, Strauss-Khan safou-se das acusações. Ou melhor, legalmente nem chegou a ser acusado, charges dropped. Isto num país que não sabe lidar com a sexualidade, um país onde foi lançada uma abominação chamada "teen's health- course3", onde se advoga que o sexo é mau para a saúde, que adolescentes responsáveis não têm relações sexuais antes do casamento. Isto só poderia vir de um grupo aqueles odiosos conservadores americanos, louvados sejam por terem criado um país onde um presidente quase foi despedido por ter tido relações consensuais com uma mulher adulta, onde em ambientes formais não se atreva alguém a dizer a outra pessoa que se gosta do seu vestido, ou numa praia aí do bebé ou cirança com os seus dois, três anos que não tenha o bikini completo. Por outro lado, é um país onde existem qualquer coisa como um milhão de gravidezes indesejadas na adolescencia por ano, onde a grande maioria dos jovens têm relações sexuais antes do casamento, um país em que a indústria músical vive obcecada com icons sexuais, onde a pronografia involve as maiores aberrações cilindricas a serem enfiadas pelos orifícios mais implausíveis, este país que não consegue conceber uma relação sexual que advém do romance adolescente, porque por lado é tudo uma questão de status, de imagem, e o sentimento genuino lá vai ficando, que já nem as crianças o podem ter. É o país dos escândalos, onde se escolhem presidentes pelo sorriso e onde qualquer coisa é motivo para processar alguém. Neste tão grande país onde uma mulher foi violada e o criminoso se safou sem sequer ser oficialmente acusado.
E agora os dez anos dos atentados, do 11 de Setembro. Do dia em que o mais desenvolvido país no mundo reagiu como sempre reage, como barbaros reagem, com guerra e o fanatismo nacionalista que assegourou novo mandato ao Bush. Porque não ardem as matas certas por aqueles lados?
E se o fim do sonho europeu veio com Hittler, também o sonho americano acabou definitivamente com o 11 de Setembro. Nação de bárbaros que foram combater outros bárbaros ainda. Uns usam o vermelho e azul, outros o verde. É o mesmo. Que fique registado as bestas, os bárbaros que somos. Todos. E essas ecepções raras, precisamente por serem melhor de espírito, nunca chegaram a líderes. Estamos condenados e sobre os EUA não mais falarei hoje.
Fiquemos com boas notícias, os Dead Combo vão até ao leste em Outubro, Praga e depois Budapeste, boa sorte a eles. 

   

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Paris! Paris ultrajada! Paris dominada! Paris martirizada! Mas Paris libertada!"

O chile revolta-se. Que acabe o neo-liberalismo. Neste caso o que pedem é uma melhor educação secundária e universitária, mas acima de tudo uma educação pela qual possam pagar, uma educação que o estado ajude a pagar. Abaixo o neo-liberalismo que nos trouxe a anarquia. 


Bolanõ e Pinochet, se fossem vivos, um estaria a escrever sobre a derrota do outro. 



Entretanto, hoje, 25/08/2011 marca 0s 57 anos desde a liberação de Paris

"Em 25 de agosto de 1944, após mais de quatro anos de ocupação nazista, Paris foi libertada pela 2ª Divisão Blindada francesa e pela 4ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos. 
O general Leclerc recebeu em Paris, diante da estação de trem de Montparnasse, a rendição das tropas alemãs. Desembarcado na Normandia, no comando da 2ª Divisão Blindada, dois meses antes, ele foi o primeiro francês da resistência a entrar na capital pela Porta de Orléans. O general Von Choltitz, comandante das tropas alemãs, havia empreendido duas semanas antes a evacuação da cidade na previsão da chegada dos Aliados. No dia seguinte, o general De Gaulle se instalou no Ministério da Guerra na qualidade de chefe do governo provisório.

A resistência alemã foi débil, pois o general Dietrich von Choltitz desafiou uma ordem de Hitler de explodir os marcos históricos de Paris e destruir a cidade pelo fogo. Choltitz assinou a rendição formal na tarde daquele dia e em 26 de agosto, Charles De Gaulle, o comandante dos Franceses Livres, liderou uma alegre marcha de libertação ao longo da avenida Champs Elysées. 
  
Paris havia caído diante da Alemanha nazista em 14 de junho de 1940, um mês após a Wehrmacht ter invadido a França. Oito dias depois a França assinou um armistício com os alemães e um Estado francês fantoche foi montado em Vichy. O general De Gaulle e os Franceses Livres, no entanto, continuaram resistindo e a Resistência se espalhou na França ocupada para enfrentar o governo nazista e o de Vichy.


Não esqueçamos as tropas espanholas que têm sido descuradas.

À frente da Nona Divisão, formada por tanques espanhóis, estava o capitão Dronne, que escreveu nas suas Memórias:

"Eram homens muito valentes. Difíceis de mandar, orgulhosos, intrépidos, com uma experiência imediata de guerra. Atravessavam uma crise moral grave, como consequência da guerra civil espanhola. Desterrados e perseguidos, não duvidaram em pôr-se em primeira linha de combate, para combater o nazismo".

De facto, quando as tropas aliadas se aproximaram da zona de Paris, a Resistência Francesa desencadeia uma insurreição armada, em 19 de Agosto de 1944. Dessa insurreição fazem parte as brigadas espanholas.

A Libertação de Paris faz-se, em 25 de Agosto, com a entrada pela Porte d'Orléans da 2ª DB do General Leclerc, comandada pelo jovem capitão Raymond Dronne que atravessa as linhas inimigas, com a sua Nona Companhia (Régiment de Marche du Tchad).

Participaram da ofensiva as brigadas constituídas por combatentes espanhóis fugidos da Espanha fascista do General Franco."  

Já não sabemos

Já não sabemos. Com a globalização ganha o capital perde a cultura. Falo da globalização no que á cultura se refere. Perdemos a identidade. A princípio julgava que a globalização era o acesso a todas as culturas, a um partilha universal, agora compreendo que já não é partilha, antes uniformização. Com o tempo tendemos a pensar da mesma forma, a agir e usar as mesmas expressões. Agora á quem se queria vestir como os nipónicos, enquanto que estes tentam, literalmente, abrir os olhos, para que se pareçam com os ícones da cultura ocidental. A tradição e o legado nunca fizeram muito sentido para mim, mas com a perca da cultura perde-se também o interesse pela história, pelas belas artes. Tudo o que não possa ser mostrado online, publicado no facebook ou no twitter, perde-se. Os livros vão ficando perdidos e já não sabemos a que cultura pertencemos. Agora escolhe-se o país de que somos. Eu gostaria de ser noruegues, sim, é verdade, mas ninguém me vê por aí a tentar imitar tornar-me num. Como tal, fico assim, sem saber de onde sou, "a citizen of the world". Espero que os meus filhos tenham melhor sorte.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"All that noise and all that sound"

The very first song. I remember coming home after finding out that coldplay was one of your favorite bands. I asked my uncle if he had any coldplay's album. He did. This was the very first song I heard from the band, and the one I always relate to you. Back then, I kept singing it, "how long before I get in? Before it starts, before it begin? How long before you decide?"
 "Look up, look up at the night". This song reminds me of every moment, every detail. Every star and every kiss. All the nights, all the afternoons. I guess pizza comes next? Maybe looking up at the sky trying to find a falling star? Maybe cuddling on the couch and watching a movie?  

One of the best unplugged I've heard





"So when the sun goes down, and the nights grow colder i will be there(..) the stronger the love the deeper the emotion"... Ainda é para sempre?


Delírios de uma hora tardia

O que se segue provavelmente não fará sentido. Não é suposto.  

Então e se não tivesse de ser assim? Se pudessemos admitir a pouca fiabilidade  dos sentimentos, se deixassemos de pensar no futuro. Só por um pouco. Sinto que estou a redescobrir a amar, e não gosto de como o fazia antes. Por vezes, odeio o telemóvel e a internet. A partilha solitária, a troca de pensamentos. Odeio a poesia e a tradição, odeio o wireless e o modern design. Venha a exaltação do espírito, a dor das emoções! Abram-se as mentes, as mentes e os braços. Derramem-se as lágrimas. O que é vivo é bom, o que é vivo é romãntico. O que já foi vivo é nostálgico. Venha a madeira, venha o papel. 
Estou cansado desses maricas, mariquinhas, bichonas e toda a espécie de poetas, como diria bolanõ.  O que é afinal a poesia romãntica? Um erro é o que é. Cansado dos borrabotas, dos romancistas, assassinos, comodistas. Uma praga é o que são.
Corremos e lutámos. Tu na tua eterna forma de ser, eu na minha constante tentativa de compreender. Foi uma história suja, cheia de sangue e suor. Foi uma que avançou sem cor, que regrediu com alguma emoção. Foi o tu estares ao virar da esquina e eu agarrado ao soalho de madeira, á carta que ainda está para chegar. Habituei-me a ver-te como tu me vias a mim, com a bagagem, velha, desgastada e coberta de orvalho, atrás. Depois a bagagem rebelou-se, fez-se uma grande confusão, misturaram-se as cores, rasgaram-se as roupas. Mas no fundo voltou tudo ao mesmo não foi?
Depois veio a dança, nada graciosa, rebelde e apagada, da perfeita banalidade. Eu olhava para ti que nem sereia, dançando e chamando um outro marinheiro (ainda que sem querer). E a minha lanterna apagava-se, e nunca realmente encontravas o caminho de volta até mim. Fui ficando no meu cais. Desfeito de saudades chamei por ti, e voltas-te. Por um breve momento olhei para ti, quão bela forma! e fui feliz. Mas viras-te o rosto e vi as cicatrizes. Chorei, caído sobre a madeira, engravada com promessas de outros tempos. Tu subis-te o cais choras-te a meu lado. Por alguns momentos, a total aunsência da lógica, da razão, das pessoas, do mundo á volta. O imperdoável. 
Mas não o é pois não? Não, não creio que seja. De novo nos erguemos. Sei que desaparecerás de novo nessa noite, mas por breves momentos e sem nunca perder a minha luz, agora sei que voltarás sempre. Amas-me não é? Sinto-me mais confiante agora. Febril, exausto, mas mais confiante.
É tempo de mudar de vez, de crescer. De desaprender. Terás de mudar comigo, ou desta sou eu quem terá de partir por uns tempos. O imperdoável que já não o é. 
Amo-te, neste delírio mas também de verdade. Amo-te porque amar é viver, e viver é incondicional. Quando acaba, então não há volta a dar.
No fundo quero sentir mais, pensar menos.  

domingo, 21 de agosto de 2011

The bard's Songs

When you've got an almost perfect ballad you don't really need to sing it right? The crowd does it for you. Blind Guardian is a metal band whose songs are about mythological themes (among others).
 
This is my favorite song of theirs.


 Now you all know
The bards and their songs
When hours have gone by
I'll close my eyes
In a world far away
We may meet again
But now hear my song
About the dawn of the night
Let's sing the bards' song

[Refrain]
Tomorrow will take us away
Far from home
No one will ever know our names
But the bards' songs will remain
                                                                                    Tomorrow will take it away
                                                                                    The fear of today
                                                                                    It will be gone
                                                                                    Due to our magic songs

There's only one song
Left in my mind
Tales of a brave man
Who lived far from here
Now the bard songs are over
And it's time to leave
No one should ask you for the name of the one
Who tells the story


 [Refrain]
Tomorrow will take us away
Far from home
No one will ever know our names
But the bards' songs will remain
Tomorrow all will be known
And you're not alone
So don't be afraid
In the dark and cold
'Cause the bards' songs will remain
They all will remain

In my thoughts and in my dreams
They're always in my mind
These songs of hobbits, dwarves and men
And elves
Come close your eyes
You can see them, too



sábado, 20 de agosto de 2011

Media Control of Information

If you can take 17 minutes to watch this video, do it. It explains some tricks the media use to change the meaning of a statement made by an interviewee using editing.   

Fotography

Yesterday was the day of photography. So, I'm taking the chance to post a photography taken by someone very dear and very special to me:


The photo was taken inside a church (can«t remember the name) on Rome.

This photo was taken by the owner of the wild gypsies blog.
http://thewildgypsies.blogspot.com/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De novo em portugues...(2)

De novo em português, para não esquecer que este é um blog de quem tem orgulho na sua língua.. o mesmo não se pode dizer do seu país.
 Um daqueles bares que sempre se passou ao lado, e que se vem descubrir ser um óptimo espaço. esse foi o meu destino hoje. Entre os gins e as cervejas ficou uma boa e muito animada conversa, que um pouco como os livros de Roberto Bolanõ, abordou um pouco de tudo. Tudo no sentido do quotidiano, da politica, do social e do romântico.
Pelo meio descubri alguém de cabelo ainda mais longo que o meu, que viajou que chegue para saber que a cerveja portuguesa pouco vale ao lado da Irlandesa ou Austríaca, e que, quando questionado sobre o porque da escolha do curso universitário disse:
"Porque, é aquele que...(gesticulou um pouco) percebes?"
E percebi, destes há poucos, os que escolhem um caminho por paixão.
Desta vez, a música foi Gimme Shelter, a bebida a Guiness.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hipsters go hate somewhere else


Have you ever had a hipster friend? One of those hipsters that goes against everything that's mainstream? They are specially critical when it comes to music. So, this friend of mine  asks "Rolling stones, why do you like them? They're so mainstream, every kid who wants to look well in the eyes of others say he likes stones or led zeppelin"
Bethooven is mainstream too, so is Chopin. Does that mean it's not good?  Bod dylan is mainstream and he's still probably the best song writer ever.
I'll give you fifteen good reasons for liking the rolling stones:

Gimme Shelter                                  
No expectations
Street fighting man
Can't your hear me knocking
Honly tonk woman
Start me up
Beast of burden
Don't stop
Brown Sugar
You got the silver
Just my Imagination
Wild Horses
I got the blues
Sympathy for the devil
Stray Cat Blues